Poliamor será a nova tendência das próximas gerações?

O interesse pela individualidade nos relacionarmos refutam a ideia de amor romântico

Dia dos namorados é momento para refletir sobre as mudanças nas relações interpessoais. Diante disso, a busca por relacionamentos mais fluidos está presente na contemporaneidade, visto que a sociedade questiona os tipos de relacionamento estabelecidos como padrão. O amor romântico é um ponto discutido entre as pessoas, devido à ideia de pertencimento que o parceiro tem que ter e viver como se o casal fosse um só.


A psicanalista e escritora Regina Navarro Lins, em entrevista ao jornal O Povo, reflete sobre as relações amorosas e como são construídas. “O amor romântico, além da idealização, prega que as duas pessoas têm que se transformar em uma só, vão se transformar em uma só, que nada mais vai lhes faltar, que uma vai satisfazer totalmente as necessidades da outra pessoa e que, quem ama, não tem olhos para mais ninguém.”, afirma a psicanalista.


Dessa maneira, as pessoas estão em busca da individualidade nas relações, porém o amor romântico rompe com esse ideal, o que causa o desejo por esse tipo de relacionamento. “Acredito que pouquíssimas pessoas, 10% no máximo, vivem realmente satisfeitas e têm um casamento satisfatório. E elas vivem mal por conta desse modelo de casamento da nossa cultura, que é calcado no controle, na possessividade, no ciúmes e no desrespeito à individualidade do outro. Então é praticamente impossível viver bem. Quais são os maiores problemas no casamento? O sexo é o maior problema que os casais vivem. No casamento, o que você mais se observa é o fim do desejo sexual. As pessoas estão muito frustradas
por não sentirem mais desejo sexual pelo parceiro ou pela parceira, principalmente, as mulheres que perdem o desejo sexual.”, relata a escritora.


Em contrapartida, para romper com a monogamia, as pessoas optam pelo poliamor. As relações poliamorosas são definidas pela conjugalidade com mais de duas pessoas com interesses afetivos e sexuais equivalentes, são relacionamentos baseados na ética e no respeito. Acredito que o poliamor e as relações livres sejam uma tendência. “Acredito que, daqui a algumas décadas, muito menos gente vai querer se fechar em uma relação a dois e mais gente vai optar por relações livres, relações múltiplas”, diz Regina Navarro.

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