Itamaraty devolve carta de Trump por considerá-la ofensiva e conter inverdades

Decisão ocorre após o presidente dos EUA anunciar nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e acusar governo brasileiro de ‘perseguição’ contra Bolsonaro; Lula defende soberania do país

Itamaraty devolveu a carta que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou para anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para o país, por considerá-la “ofensiva” e por conter “inverdades”. O encarregado de negócios da Embaixada americana, Gabriel Escobar, chefe da legação diplomática na ausência de um embaixador, foi recebido, pela segunda vez nesta quarta-feira, pela secretária para a América do Norte do Ministério das Relações Exteriores, Maria Luisa Escorel.

Itamaraty é o órgão do governo responsável pela formulação e execução da política externa do país – (Foto: Charles Sholl/Futura Press/Folhapress)

A primeira reunião foi motivada por uma nota que a Embaixada dos EUA divulgou em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está sendo processado no Supremo Tribunal Federal (STF) sob acusação de tramar um golpe de Estado. Este segundo encontro ocorreu depois que Trump divulgar uma carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciando o novo imposto. Trump justificou a medida porque, em sua opinião, Bolsonaro está sendo vítima de uma “caça às bruxas”, porque o STF emite ordens judiciais “secretas” e “ilegais”, e pelo suposto desequilíbrio da balança comercial bilateral – quando na realidade ela é amplamente favorável aos EUA.

Na segunda reunião, Escorel pediu ao representante americano que confirmasse a “autenticidade” da carta, já que ela foi divulgada antes de chegar às mãos de Lula. O diplomata respondeu afirmativamente, e Escorel disse que “o Brasil devolvia a carta” por ser “ofensiva” e conter “inverdades” sobre o Brasil e “erros factuais” sobre a relação comercial bilateral. Antes, Lula anunciou em nota oficial que o Brasil “não aceitará ser tutelado por ninguém” e responderá com contramedidas caso a tarifa de 50% anunciada por Trump se concretize.

*Com informações de Jovem Pan

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