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Frustração

Esta chegando a tão temida – para os pais, claro – Semana das Crianças, é quando a escola vai se transforma num verdadeiro parque de diversões com competição embutida. Já estamos nos preparando psicologicamente para a maratona de atividades: gincana, jogos escolares, corrida do saco, queimada, queimada invertida (que eu nem sabia que existia) dança das cadeiras e o temido “pique-bandeira em equipe” — onde metade das crianças não entende as regras e a outra metade só corre em círculos. Nosso filho sai de casa empolgadíssimo, com a camiseta do time e o tênis novo “que corre sozinho”. E nós, no grupo de pais, atuamos na missão secreta: tentando decifrar se é o dia da fantasia, do lanche coletivo ou da prova de quem come mais brigadeiro sem usar as mãos.

Sabemos que nessa semana ele vai descobrir muitas coisas pela primeira vez — inclusive que perder pode ser uma droga. Vai voltar frustrado porque não ganharou medalha, ou porque o colega derrubou ele na dança das cadeiras (esporte que, aparentemente, virou luta livre infantil). Vai levar bolada na orelha na queimada, vai chorar no carro e, provavelmente, vai rir disso tudo no jantar. E é aí que a gente vai entrar com o equilíbrio entre o abraço e a lição: mostrar que faz parte, que dói mesmo, mas que todo mundo já passou por isso. E que, às vezes, perder é só o começo de uma boa história pra contar.

No futuro, quando ele olhar pra trás, queremos que ele se lembre dessas semanas não só como dias de doce e brincadeira, mas como os momentos em que começou a entender que crescer tem tombos — e que tá tudo bem. A gente vai ensinar que ganhar é legal, mas saber perder com leveza é ainda mais valioso. E se ele conseguir rir depois da primeira frustração, levantar e voltar pro jogo… então vamos saber que estamos no caminho certo.

A Semana das Crianças é uma espécie de “intensivão” de vida, disfarçado de gincana e brigadeiro. Nós, como pais, já captamos a essência do que realmente importa.

Nosso filho vai, sim, colecionar alguns arranhões, talvez umas lágrimas e uma frustração ou duas. Mas, ele também vai colecionar memórias, risadas e, o mais importante, aprendizados valiosos que nenhuma sala de aula consegue ensinar de forma tão eficaz.

*Artigo escrito por Julyana Almeida

Jornalista, mãe de 3 crianças lindas e disposta a compartilhar as loucuras e gostosuras da maternidade.

Instagram: https://www.instagram.com/rabiscosdeumamae

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