Cozinha Italiana Perto de um Título Histórico: Entenda a Candidatura da Unesco

Por Su Maestri

A gastronomia italiana é um deleite global, e seu apreço ganha uma dimensão especial no Brasil, lar de cerca de 32 milhões de descendentes de italianos que a elegeram como sua culinária favorita. No entanto, ela é mais do que pizza e pasta; ela é rito, afeto e tradição. A iminente decisão da Unesco sobre a candidatura italiana — focada não nas receitas em si, mas nao ato de cozinhar para quem se ama — pode redefinir o que entendemos por patrimônio alimentar mundial e, de quebra, elevar ainda mais o status da culinária que tão bem harmoniza com um bom vinho.

Aguardando uma decisão inédita da UNESCO para o próximo mês de dezembro, a culinária da Itália busca o reconhecimento como patrimônio cultural imaterial da humanidade. Esse título, se concedido, além de destacar a “dimensão sagrada” da gastronomia no “Belpaese”, pode abrir portas para que outras nações busquem o mesmo reconhecimento.
Vale ressaltar, inclusive, que a culinária italiana é considerada a mais amada pelos brasileiros, segundo pesquisas do setor, refletindo sua forte presença e apreço no país.
A candidatura italiana, formalizada em 2023, não se foca em pratos ou receitas específicas, mas sim no conjunto de práticas sociais e rituais que a envolvem. Ela se baseia na visão tipicamente italiana de que cozinhar é, acima de tudo, um modo de demonstrar afeto e cuidado.
Para um professor que presidiu o comitê de especialistas da Unesco responsável por pareceres técnicos sobre candidaturas, a popularização de pratos italianos adaptados no exterior “pouco importa”. Segundo ele, “Isso também é cozinha italiana, mesmo que as receitas não sejam as mesmas. O que faz a cozinha italiana é o gênio criativo.”
O professor demonstrou estar “muito otimista” sobre a decisão final. O anúncio ocorrerá durante uma reunião em Nova Délhi, na Índia, entre 8 e 13 de dezembro. Ele afirmou: “Acredito que o dossiê que elaboramos esteja perfeitamente em linha com o que a Unesco pede, então estou otimista que conseguiremos levar o resultado para casa. A Itália não é uma potência econômica nem uma potência militar, mas tem a ambição de ser uma potência cultural”.

Su Maestri é jurada internacional de gastronomia

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