Descarbonização: Da COP 30 para sua mesa de trabalho
Por Mariana Borges
Descarbonização. Se você trabalha em qualquer setor da economia, provavelmente já ouviu essa palavra. Talvez em uma reunião de diretoria, em um relatório anual ou em uma conversa sobre metas da empresa. Mas o que exatamente isso significa? E mais importante: o que a descarbonização tem a ver com o seu dia a dia de trabalho?
Vamos começar pelo básico. Descarbonizar significa reduzir as emissões de gases de efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono (CO2), que são liberados por atividades humanas e contribuem para o aquecimento global. Empresas, governos e organizações ao redor do mundo estão estabelecendo metas para zerar ou neutralizar essas emissões até 2050 – o famoso “net zero” ou carbono neutro.
E aqui está o ponto: a descarbonização não é mais uma pauta exclusiva de ambientalistas ou de grandes empresas multinacionais. Ela se tornou uma estratégia de negócio que afeta empresas de todos os portes e setores. E isso acontece por pressões que vêm de várias direções ao mesmo tempo.
Primeiro, há a pressão regulatória. Governos estão criando leis que limitam emissões, estabelecem taxas sobre carbono e exigem transparência sobre o impacto climático das atividades empresariais. No Brasil, mesmo antes da COP 30, já vemos movimentos nessa direção, especialmente em setores como energia, transporte e agropecuária.
Segundo, há a pressão de mercado. Consumidores, especialmente as gerações mais jovens, estão escolhendo marcas e produtos com base em critérios de sustentabilidade. Empresas que exportam enfrentam barreiras comerciais se não conseguirem comprovar que seus produtos têm baixa pegada de carbono. O mecanismo de ajuste de carbono na fronteira da União Europeia, por exemplo, já está em vigor e afeta exportadores brasileiros.
Terceiro, há a pressão financeira. Bancos e investidores estão condicionando empréstimos e aportes à apresentação de planos de descarbonização. Fundos de investimento estão migrando recursos para empresas com metas climáticas claras e deixando de investir em negócios de alto impacto ambiental.
Mas vamos traduzir isso para a prática. O que descarbonização significa na sua mesa de trabalho?
Se você trabalha em logística, significa repensar rotas, investir em frotas mais eficientes ou até eletrificadas, otimizar embalagens. Se está no setor de compras, significa avaliar fornecedores não apenas por preço e qualidade, mas também por suas práticas ambientais. Se atua em recursos humanos, significa desenvolver programas de capacitação em sustentabilidade e atrair talentos que valorizam empresas comprometidas com o clima. Se está no financeiro, significa entender riscos climáticos e como eles afetam a saúde financeira do negócio a longo prazo.
E aqui está uma verdade que precisa ser dita: descarbonização não é um custo, é um investimento. Empresas que começaram cedo essa jornada estão colhendo benefícios reais. Redução de custos operacionais com eficiência energética. Acesso a linhas de crédito mais vantajosas. Fortalecimento de reputação e marca. Atração de clientes e talentos. Vantagem competitiva em mercados cada vez mais
exigentes.
A COP 30 vai intensificar essas discussões. Novos compromissos serão assumidos, novas metas serão estabelecidas e a pressão por resultados concretos vai aumentar. Para profissionais atentos, isso representa oportunidade. Quem desenvolver competências em gestão de carbono, em tecnologias limpas, em economia circular, em estratégias de transição energética, estará à frente no mercado de trabalho.
Mas também é preciso ter cuidado. Descarbonização genuína exige mudanças estruturais, investimento em inovação e transparência radical. Não basta plantar algumas árvores ou comprar créditos de carbono para compensar emissões enquanto o modelo de negócio continua poluente. Isso tem nome: greenwashing. E o mercado está cada vez mais atento para identificar e punir práticas enganosas.
Então, o que você pode fazer? Comece entendendo a pegada de carbono da sua área de atuação. Pergunte na sua empresa quais são as metas climáticas e como seu departamento contribui para elas. Busque capacitação. Proponha melhorias, mesmo que pequenas. Participe de grupos de trabalho sobre sustentabilidade.
Mostre que você entende que descarbonização não é modismo, é o futuro do trabalho.
A transição para uma economia de baixo carbono está acontecendo agora. Ela vai criar vencedores e perdedores. Empresas que se adaptarem vão prosperar.
Profissionais que se prepararem vão se destacar. E todos nós, como sociedade, vamos colher os benefícios de um planeta mais equilibrado.

Artigo escrito por Mariana Borges, fundadora da Move’n Up inteligência em Gestão Sustentável
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