Anthony Hopkins aponta maior defeito da nova geração de atores e explica como Marlon Brando é culpado

Vencedor de duas estatuetas do Oscar, o astro ainda alegou que a prática pode arruinar carreiras

Anthony Hopkins tem crédito mais do que suficiente para opinar sobre a indústria cinematográfica. Seis vezes indicado ao Oscar e vencedor de duas estatuetas, o astro de filmes como ‘O Silêncio dos Inocentes’ (1991) e ‘Encontro Marcado’ (1998) decidiu emitir uma dessas opiniões ao indicar qual é, em sua visão, o grande defeito da atual geração de atores.

Na última quarta-feira (10), Hopkins conversou com a imprensa e o público presente no Red Sea Film Festival, realizado na Arábia Saudita. Ele aproveitou sua fala para criticar os novos astros de Hollywood que costumam “murmurar” diante das câmeras, conforme reportado pelo jornal Daily Mail.

“Os atores jovens tendem a murmurar”, ele afirmou antes de alegar que Marlon Brando (1924 – 2004) tem culpa no cartório, pois a maioria desses profissionais em início de carreira estão tentando copiá-lo.

“Eu sei que eles querem fazer como Marlon Brando, mas Brando era o mais técnico de todos. Ele entendia tudo. Ele era um cara muito esperto, e sabia como fazer”, Hopkins argumentou.

O astro até mesmo a corrigiu um colega no set ao perceber que ele estava falando para dentro, sem clareza. “Eu disse: ‘Você não terá uma carreira se continuar murmurando. Seu trabalho nesse filme é contar uma história. A arte no filme é contar uma história. Não tem nada a ver com fazer a maquiagem ou chegar atrasado ao set. Você é pago para chegar no horário.'”, ele relembrou.

Hopkins também revelou ter trabalhado recentemente com outro ator que estava sendo comparado a James Dean (1931 – 1955) e Marlon Brando. Para ele, porém, tudo não passava de um exagero: “Provavelmente ele é um bom ator, mas todos esses caras conhecidos como atores de método sabiam o que estavam fazendo. Especialmente o Brando”.

Apesar de reconhecer o talento dos profissionais que o utilizam, Hopkins não é adepto do método — que consiste em, entre outras técnicas, encarnar o personagem praticamente o tempo todo. Ele afirmou que rejeitou a prática até mesmo para viver Hannibal Lecter, um de seus papéis mais marcantes e desafiadores, em ‘O Silêncio dos Inocentes’. O ator destacou que, “no fundo”, sempre soube que era capaz de interpretar o assassino.

*Com informações de Revista Monet