A mágoa ‘secreta’ que Matthew Perry teria de Ryan Reynolds e que astro de ‘Friends’ levou para o túmulo

O personagem Chandler Bing foi o grande marco da carreira do falecido ator

As vezes, um ator se destaca tanto em um papel que o personagem fica mais conhecido do que o seu intérprete, como é o caso de Chandler Bing, da série ‘Friends’ (1994-2004), e do astro Matthew Perry (1969-2023), que deu vida a ele.

O personagem mais marcante da carreira de Perry – que lhe rendeu uma indicação ao Emmy – tinha um jeito único, com um senso de humor peculiar e uma maneira engraçada de dançar. Chandler Bing era tão marcante que seria difícil copiá-lo – ou, pelo menos, se inspirar nele – e ninguém reparar. Por isso, o astro de ‘Friends’ levou uma mágoa de Ryan Reynolds para o túmulo.

Segundo o site ‘RadarOnline’, Matthew Perry estava convencido de que o também ator Ryan Reynolds havia se inspirado no seu amado personagem da série de comédia e imitado seu estilo de performance antes de se tornar um grande astro de Hollywood.

Hoje, Reynolds é um dos maiores nomes da indústria cinematográfica, conhecido principalmente pela trilogia ‘Deadpool’, por ‘Alerta Vermelho’ (2021) e pela comédia romântica ‘A Proposta’ (2009). Entretanto, assim como a maioria dos astros, ele começou com pequenas participações em seriados.

No final dos anos 1990, o ator atualmente casado com Blake Lively fez um dos seus primeiros protagonistas na série ‘Três é Demais’ (1998-2001): Michael “Berg” Bergen. Segundo fontes próximas à Matthew Perry, o astro de ‘Friends’ “realmente acreditava” que Ryan “roubou seu personagem e o interpretou. E que o deixava louco Ryan nunca ter admitido isso”.

“Matthew não processou seus sentimentos sobre isso nos últimos 25 anos”, continuou a fonte, sobre a crença de Perry que Reynolds imitou o seu personagem de ‘Friends’ na também série de comédia ‘Três é Demais’ (‘Two Guys, a Girl and a Pizza Place’, no original).

“Aquela série foi responsável por lançar a personalidade de Ryan como um intérprete e, eventualmente, até como roteirista e produtor”, destacou o informante.

De fato, Reynolds nunca disse que se inspirou no personagem de Matthew, e isso é o que teria deixado Perry mais desapontado. “Matthew só se incomoda que Ryan nunca nem mesmo o mencionou. Era só isso que ele queria”, explicou.

“Matthew acredita que ele deveria ter a carreira de Ryan? Não, ele é muito honesto que o seu próprio uso de drogas foi o que estragou a sua vida”, ressaltou. O vício – e sua luta contra ele – marcaram a carreira e vida do astro, inclusive a sua morte.

A morte de uma lenda

Aos 54 anos, Matthew Perry foi encontrado morto pelo seu assistente pessoal em uma banheira de hidromassagem no jardim da sua casa, em outubro de 2023. O legista determinou que a causa da morte foi overdose de cetamina.

A cetamina é um anestésico e alucinógeno vendido com receita médica para o tratamento de depressão e ansiedade, conhecido por seus usos não recomendados. Como revelaram as investigações, Perry tomou três injeções no dia da sua morte. Ainda, o relatório da autópsia dizia que “a droga em seu organismo no momento da morte não poderia ser proveniente da terapia de infusão”.

Entretanto, o afogamento na banheira, a doença arterial coronariana e os efeitos da buprenorfina (usada para tratar o transtorno por uso de opioides) foram outros fatores que contribuíram para a morte, considerada acidental.

Até hoje, a investigação do caso não foi concluída, mas cinco pessoas foram presas, acusadas de estar ligadas a morte. Três delas se declararam culpadas: o médico Mark Chavez, que forneceu a droga ao artista; o assistente pessoal de Perry, Kenneth Iwamasa, que injetou a droga nele sem treinamento médico; e Erik Fleming, que comprou 50 frascos da substância e as deu a Iwamasa.

Os outros dois acusados, o médico Salvador Plasencia e Jasveen Sangha, mulher conhecida como a “rainha da cetamina” no comércio ilegal – que também teriam fornecido a droga a Perry – , se dizem inocentes.

“Esses réus aproveitaram-se dos problemas de dependência do Sr. Perry para enriquecer. Eles sabiam que o que estavam fazendo era errado”, afirmou o procurador Martin Estrada.

Um ano antes de morrer, o astro havia lançado sua autobiografia: ‘Friends, Lovers and the Big Terrible Thing’ (‘Amigos, Amores e Aquela Coisa Terrível: As memórias do astro de Friends’, em português), na qual abordou seu vício em drogas e o período em que ficou numa clínica de reabilitação.

Na obra, ele contou que almejava que as pessoas se lembrassem dele como alguém que queria ajudar os outros e que sua icônica interpretação como Chandler Bing “fosse apenas um item na lista de coisas que conquistei”. De fato, foi uma grande e marcante conquista e, por isso, o astro levou para o túmulo sua mágoa pelo não reconhecimento de que Reynolds o tinha – segundo ele – “imitado”.

*Com informações de Recista Monet edição de Dimitrius Vlahos