Aliança LGB rompe com LGBTQIA+ e rejeita pautas ligadas à identidade de gênero

Grupo defende foco em orientação sexual e sexo biológico e critica conceito de gênero como identidade

Aliança LGB, movimento formado por lésbicas, gays e bissexuais, anunciou oficialmente o rompimento com a sigla LGBTQIA+, defendendo uma agenda voltada apenas à orientação sexual e ao sexo biológico. O grupo, que surgiu no Reino Unido em 2019, argumenta que o conceito de identidade de gênero ameaça a própria existência das identidades homo e bissexual.

A iniciativa, que recentemente lançou um manifesto internacional em setembro, já se expandiu para 17 países, incluindo o Brasil, onde conta com cerca de 50 membros. Em entrevista à Folha de S.Paulo, representantes da organização explicaram que o objetivo é recolocar o foco do ativismo nas questões relacionadas à sexualidade, deixando de lado as discussões sobre gênero e transgeneridade.

Divisão dentro do movimento

Segundo a Aliança LGB, a separação tem origem na interpretação do termo “gênero”. O grupo sustenta que o gênero é uma construção social baseada no sexo biológico de nascimento, enquanto o movimento LGBTQIA+ — especialmente a comunidade trans — defende que o gênero é uma identidade pessoal, que pode divergir do sexo biológico.

Para os integrantes da dissidência, essa segunda visão “nega a realidade biológica” e compromete a definição de atração por pessoas do mesmo sexo. “Ignorar a realidade biológica é negar a atração por pessoas do mesmo sexo”, afirmam no manifesto.

A Aliança argumenta que reconhecer o gênero como uma identidade independente afeta diretamente o reconhecimento das identidades gay, lésbica e bissexual. “Ignorar a existência do sexo é também negar a existência da atração sexual baseada nele”, reforçam.

Pautas de confronto

Além da discordância teórica, o grupo se posiciona contra temas sensíveis envolvendo a comunidade trans, como a transição de gênero na menoridade. A Aliança LGB considera que tais práticas devem ser debatidas com critérios científicos e limites legais mais claros.

*Com informações de Contra Fatos

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