Dia da Cachaça Mineira: estado tem o maior número de alambiques registrados do país, quase 40%

Patrimônio histórico e cultural, bebida é celebrada oficialmente neste domingo.

Produzir e tomar aquela cachacinha é assunto sério em Minas Gerais. Não é à toa que a bebida elevou o estado à categoria de referência nacional no assunto.

A cachaça mineira é reconhecida como Patrimônio Histórico e Cultural e tem até data comemorativa – este domingo, dia 21 de maio, escolhido por marcar o início da safra de cana-de-açúcar, matéria-prima da bebida.

De acordo com dados do Anuário de Cachaça divulgado no ano passado, elaborado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em 2021 dos 936 estabelecimentos produtores de cachaça, 353 estavam localizados em Minas Gerais, estado com maior número de alambiques registrados – quase 40% da produção oficial.

Dos 853 municípios mineiros, 207 contavam, ao menos, com um local de produção da bebida. O levantamento também apontou que Minas é a unidade da federação com a marca de um estabelecimento para cada 60.315 habitantes.

Fazenda Mourões da Porteira, um dos alambiques de Minas — Foto: Arquivo Pessoal
Fazenda Mourões da Porteira, um dos alambiques de Minas — Foto: Arquivo Pessoal

Ainda segundo o anuário, em 2021, o Brasil atingiu o número de 4.969 registros de cachaças. Deste total, Minas Gerais também aparece na primeira posição, com 1.778 produtos registrados, mais de mil registros a mais do que os contabilizados em São Paulo, o segundo colocado.

💖 Paixão antiga

Daniel Duarte é produtor de cachaça. Fabricada pela família dele há mais de 100 anos, a paixão já está na quarta geração.

Acostumado a ver o pai fazer cachaça desde criança, Daniel, que é engenheiro agrônomo, aprofundou-se nos estudos sobre a bebida durante a universidade.

Hoje, produz com o pai a Flor das Gerais, em Felixlândia, na Região Central, a primeira cachaça a obter a certificação orgânica no estado.

Daniel e a Flor das Gerais — Foto: Arquivo Pessoal
Daniel e a Flor das Gerais — Foto: Arquivo Pessoal

“Tem uns 35 anos que eu lido com cachaca, desde que eu me entendo por gente. Lembro que tinha até uma enxadinha lá na fazenda para ajudar na plantação”, conta o produtor.

Daniel desenvolveu um projeto de pesquisa sobre análise físico-química das cachaças do Norte de Minas na faculdade. Voltou para a Fazenda Mourões da Porteira, onde a Flor das Gerais é fabricada, trazendo melhorias para o processo produtivo.

“Logo depois que eu formei, a gente já começou a fazer a produção orgânica, trazendo variedades novas e novidades no processo de fermentação”, diz.

Hoje, a marca trabalha com quatro linhas de cachaça voltadas para o segmento premium. Da fazenda, saem entre 10 e 12 mil litros da bebida por ano, produzidos em apenas três meses, no período de seca.

A comemoração é no boteco 🍹

O amor pela cachaça de Minas também move Guilherme Costa. Ele e mais três sócios abriram no bairro Santa Efigênia, Região Leste de Belo Horizonte, um espaço dedicado à bebida e também a outro queridinho mineiro, o café.

Casa Alvorada, especializada em cachaças e cafés — Foto: Casa Alvorada / Divulgação
Casa Alvorada, especializada em cachaças e cafés — Foto: Casa Alvorada / Divulgação

A única bebida alcóolica servida na Casa Alvorada, seja em doses ou nos drinks, é a cachaça – são 14 drinks com ela no cardápio e mais três engarrafados.

A cachaçaria preparou uma programação especial para o domingo (21), uma boa prosa acompanhada da homenageada do dia, a partir das 13h. A entrada é gratuita.

A cachaçaria atua com uma rede de 16 pequenos produtores — Foto: Casa Alvorada / Divulgação
A cachaçaria atua com uma rede de 16 pequenos produtores — Foto: Casa Alvorada / Divulgação

“É uma data importante para a gente. Trabalhamos com pequenos produtores, de até 40 mil litros por ano. A gente viaja para conhecer os produtos, ver onde e como são feitos. Estamos, hoje, com 16 fabricantes. No domingo vamos ter a degustação de uma nova cachaça e de dois drinks feitos com ela”, diz Guilherme.

Da esquerda para a direita, os sócios Fábio e Rafael Quick, Guilherme Costa e Thales Campomizzi — Foto: Casa Alvorada / Divulgação
Da esquerda para a direita, os sócios Fábio e Rafael Quick, Guilherme Costa e Thales Campomizzi — Foto: Casa Alvorada / Divulgação

Para quem é mineiro raiz, a cachaça também estará na cozinha.

*Com informações de G1

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