Dia Mundial da Bicicleta: veja hábitos que ajudam a diminuir acidentes
Dependendo de algumas circunstâncias, a prática pode se tornar arriscada; saiba algumas precauções
Nesta terça-feira, 3 de junho, é comemorado o Dia Mundial da Bicicleta. A prática, embora não seja considerada perigosa, pode se tornar arriscada se alguns fatores não forem cosniderados. Veja precauções sugeridas por especialistas para um ciclismo seguro.
A data foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2018, com o intuito de promover o ciclismo como um meio de transporte sustentável.
No entanto, o crescimento da prática veio acompanhado de um aumento preocupante nos acidentes. Dados divulgados pelo Infosiga, em março de 2025, revelam um aumento do número de óbitos de ciclistas, que saltou 75% em fevereiro na comparação com o mesmo período do ano passado, só no estado de São Paulo.
Para o ortopedista Caio Zamboni, diretor da Sociedade Brasileira do Trauma Ortopédico (SBTO), o ciclismo não é, por natureza, um esporte perigoso. “Pode se tornar arriscado dependendo de algumas circunstâncias”, afirma. Entre os principais fatores que elevam o risco estão o uso inadequado ou ausência de equipamentos de proteção, pedaladas em vias movimentadas e comportamentos imprudentes no trânsito, como o uso de celular ou fones de ouvido.
Segundo ele, a escolha do local é determinante para a segurança. “É mais seguro andar em locais apropriados, como ruas pouco movimentadas, parques com ciclofaixas e espaços destinados ao ciclismo”, explica. A manutenção da bicicleta também é essencial: correias soltas, guidão instável ou pneus desgastados podem causar acidentes sérios.
O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é um dos principais fatores que podem reduzir a gravidade dos acidentes, especialmente em situações de queda ou colisão. Zamboni reforça que itens como capacetes, roupas refletivas, joelheiras e cotoveleiras são fundamentais. “Um dado relevante da literatura mostra que o capacete reduz em até 70% o risco de trauma cranioencefálico fatal, uma das principais causas de morte entre ciclistas”, alerta o especialista.
Portanto, grande parte das mortes registradas poderia ter sido evitada com o uso correto desses equipamentos, em especial o capacete.
Fatores como convivência segura no trânsito, infraestrutura e fiscalização também são importantes para a redução de ocorrências trágicas. A segurança no ciclismo depende também da interação entre ciclistas, motoristas e do papel do poder público. “A convivência segura no trânsito depende também da educação e respeito mútuo entre ciclistas e motoristas”, destaca Zamboni.
Ele aponta que infraestrutura adequada — como ciclofaixas bem sinalizadas e iluminação pública eficiente — é crucial para garantir trajetos mais seguros. Outro fator que contribui para um ambiente mais seguro é a fiscalização das infrações, tanto de motoristas quanto de ciclistas.
Já o presidente da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte (SBRATE), João Grangeiro, afirma que as lesões mais comuns entre ciclistas descuidados envolvem politraumatismos, geralmente decorrentes de atropelamentos. “As regiões mais vulneráveis são cabeça, mãos, punhos, ombros, cotovelos, joelhos e região torácica”, explica o ortopedista.
“Lesões frequentes são traumatismo cranioencefálico, fraturas e contusões articulares. O uso de capacete, luvas, joelheiras e cotoveleiras é fundamental para minimizar esses danos”, acrescenta Grangeiro.
Mesmo com o uso correto dos equipamentos, a falta de preparo físico e técnico pode representar um risco. O ortopedista adverte que, no mountain bike ou ciclismo de estrada, iniciar em percursos difíceis sem experiência pode levar a quedas e lesões. “O avanço deve ser progressivo, com o desenvolvimento da resistência física, da habilidade com o equipamento e do domínio de técnicas básicas de segurança e controle.”, recomenda.
*Com informações de CNN