Festival Consciência Negra 2025 leva 30 mil pessoas ao Museu Nacional no segundo dia de programação
Atividades formativas, feira, oficinas e, claro, muitos shows lotaram os espaços da ação nesta sexta-feira (21)
No segundo dia do Festival Consciência Negra 2025, cerca de 30 mil pessoas lotaram a área externa do Museu Nacional da República, consolidando o evento como um dos maiores encontros de cultura afro-brasileira da capital. Realizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), em parceria com o Instituto Janelas da Arte e com apoio da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), a ação manteve o ritmo intenso de atividades gratuitas, reunindo formações, apresentações musicais, cortejos e vivências para todas as idades.
Para o secretário de Cultura e Economia Criativa, Claudio Abrantes, a força da cultura negra move o festival e transforma o Distrito Federal. “Cada oficina, cada apresentação, cada debate que acontece aqui reafirma um compromisso que é coletivo: construir um território onde a população negra seja respeitada, representada e celebrada todos os dias. O que vemos neste festival é a potência viva de um povo que faz da arte uma ferramenta de liberdade. É por isso que seguimos investindo, trabalhando e ampliando políticas públicas que garantam espaços de criação, memória e futuro para todas e todos”, enfatizou.

Durante a tarde, o público circulou pelas oficinas, pela feira e pelos espaços temáticos do festival, garantindo forte participação em todas as áreas. A oficina de Tambores de Papel, no Espaço Kids, movimentou famílias inteiras, criando um ambiente de experimentação sonora que divertiu e aproximou diferentes gerações.
Já na Tenda Muntu, o painel Estética Negra — Para Além do Look foi um dos pontos altos do dia. Especialistas e ativistas discutiram ancestralidade, corpo político e os desafios contemporâneos da representatividade negra. A fala de Ruth Venceremos encerrou o encontro de forma emocionante, convocando o público a uma ação coletiva para que os sonhos da população negra sigam vivos e possíveis.
Antes do início da programação no Palco Brasilidades, o Cortejo do Grupo Cultural Obará tomou conta da área externa e se transformou em uma das cenas mais marcantes da noite. Com apresentação de capoeira, cânticos, muita percussão e um axé contagiante, o cortejo reuniu um grande público, incluindo dezenas de crianças hipnotizadas pelo ritmo e pela energia do grupo. A força simbólica da passagem abriu o caminho para as apresentações musicais e reforçou a conexão entre tradição, comunidade e celebração.
No Palco Brasilidades, dedicado a destacar artistas negros do DF, a dupla Margaridas inaugurou as apresentações com um funk autêntico e cheio de personalidade, revelando a potência das novas gerações da cena local. Em seguida, com a queda da temperatura típica do Cerrado, Martinha do Coco aqueceu o público com sua presença carismática e sua musicalidade tradicional. O rapper GOG encerrou a programação com a força de sua trajetória e ainda surpreendeu ao apresentar o jovem Miguel Ângelo, de apenas 10 anos, que demonstrou desenvoltura impressionante no rap e conquistou a plateia com naturalidade e segurança de palco.
Na Arena Lydia Garcia, Israel Paixão e Os Pacificadores animaram o início da noite, preparando o terreno para uma sequência de shows marcados pela energia e pela celebração da negritude. O cantor Uel trouxe carisma, humor e pagode contemporâneo, formando um elo direto com o público. Logo depois, a Timbalada transformou a arena em um verdadeiro carnaval baiano, com pinturas corporais, coreografias coletivas e a batida inconfundível dos tambores. Já na madrugada, o clima esfriou, mas o público permaneceu firme para receber Mumuzinho, que entregou um show repleto de sucessos do samba carioca, encerrando a noite com leveza, emoção e muita música.
A feira criativa e a praça de alimentação mantiveram fluxo intenso durante todo o dia, reunindo empreendedores, artesãos e chefs que fortalecem a economia criativa e a gastronomia de matriz africana no DF.
Último dia do festival
Neste sábado (22), o evento encerra sua programação celebrando a diversidade cultural. A exposição Retratos abre das 10h às 22h. No Espaço Kids, haverá a contação Os Griôs do Amanhã e uma oficina de instrumentos de percussão. A área gastronômica segue a partir das 12h com o Sabores do Quilombo, e a Feira Afro Carius ocorre das 14h às 22h. Na Tenda Muntu, o público acompanha a roda “Ofó Mulher – O poder da palavra feminina”, o painel “História da Consciência Negra e Desafios Contemporâneos” e o Desfile Amarrações, com o estilista Victor Soulivier. Na Arena Dona Lydia, apresentam-se Carol Nogueira, Dhi Ribeiro, Benzadeus, Carlinhos Brown e Psirico. No Palco Brasilidades, sobem Pratanes, Trem das Cores e Thiago Kallazans.
Toda a programação detalhada está disponível nas redes sociais oficiais: @consciencianegradf.
*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF)