Junho Preto: melanoma, câncer de pele mais agressivo, tem 90% de cura se descoberto em estágio inicial
Do surgimento de uma pinta irregular aos avanços no tratamento, oncologista da Oncoclínicas alerta para a importância do diagnóstico precoce e da conscientização sobre a neoplasia
Embora represente apenas 3% das neoplasias malignas de pele no Brasil, o melanoma é o tipo mais agressivo da doença — e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), poderia ser evitado em mais de 80% dos casos com medidas simples de proteção solar. Neste Junho Preto, mês de conscientização da doença, o alerta é claro: observar os sinais do corpo, manter a pele protegida dos raios ultravioleta e buscar diagnóstico precoce.
Segundo o Centro Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (CIRC), ligado à OMS, dos quase 332 mil casos registrados em 2022 no mundo, cerca de 267 mil foram causados pela exposição aos raios UV. O impacto, porém, é desigual. Pessoas de pele clara, homens e populações expostas ao sol sem proteção estão entre os grupos com maior risco.
“O melanoma é um tumor silencioso e traiçoeiro. Ele pode começar como uma simples pinta e evoluir rapidamente para uma forma grave com risco de metástase, inclusive para o cérebro, pulmões e fígado. O ponto positivo é que, se identificado nos estágios iniciais, as chances de cura chegam a 90%”, explica a Dra. Sabrina Steffani, dermatologista da Oncoclínicas.
Pintas e manchas: quando acender o alerta?
O melanoma se origina nos melanócitos — células responsáveis pela produção da melanina, o pigmento que dá cor à pele. Ele pode manifestar-se como uma pinta nova, geralmente escura, com bordas irregulares, assimetria e mesmo sangramento espontâneo ou pode originar-se de uma pinta pré existente que modifica-se ao longo do tempo. A regra do “ABCDE” ainda é a melhor aliada para desconfiar de alterações suspeitas:
- A – Assimetria: uma metade da pinta é diferente da outra;
- B – Bordas: contornos irregulares ou mal definidos;
- C – Cor: variação de tons, como preto, marrom, vermelho ou azul;
- D – Diâmetro: maior que 6 mm;
- E – Evolução: mudança de forma, tamanho, cor ou surgimento de sintomas como coceira ou sangramento.
“Observar o próprio corpo regularmente e buscar atendimento médico diante de qualquer mudança é essencial. Muitas vezes, o paciente ignora aquela mancha diferente por achar que não é nada. E o tempo perdido pode fazer diferença no desfecho do tratamento”, reforça.
Protetor solar: uso contínuo e desde a infância
A prevenção é o melhor caminho — e começa na infância. As queimaduras solares na infância são um importante fator de risco para o surgimento do melanoma na vida adulta. O uso de protetor solar é recomendado a partir dos 6 meses de idade, com produtos específicos para esta faixa etária. Antes dos 6 meses de idade, a exposição solar direta deve ser evitada. Mesmo assim, o protetor solar ainda é usado de forma irregular pela população brasileira, muitas vezes apenas em momentos de lazer.
“O câncer de pele não aparece pelo sol que tomamos apenas nas férias. Ele é resultado de uma exposição crônica, diária e desprotegida. Usar protetor solar deve ser um hábito, assim como escovar os dentes. Todos os dias, mesmo quando o céu está nublado” e !mesmo dentro de casa’, orienta Sabrina Steffani.
A exposição solar entre 10 e 16 hs, deve ser evitada. Quando houver a exposição solar, a recomendação é aplicar o filtro solar com FPS de no mínimo 30 e reaplicá-lo a cada duas horas, ou antes, caso banhos imersivos ou sudorese intensa. Usar roupas, bonés e óculos com proteção UV, preferir a sombra ao invés da exposição direta ao sol também fazem parte da estratégia de proteção. A Sociedade Brasileira de Dermatologia contra indica a exposição desprotegida e intencional ao sol. Além disso, o uso de câmaras de bronzeamento artificial, proibidas no Brasil desde 2009 pela Anvisa, é contra-indicada.
Apesar de a maior parte dos casos de melanoma acontecer em pessoas de pele clara, pessoas negras também podem desenvolver o câncer de pele. Nesses casos, as lesões costumam surgir em regiões menos expostas ao sol, como palmas das mãos, plantas dos pés e mucosas.
“O mito de que pessoas negras não desenvolvem câncer de pele é perigoso e atrasa diagnósticos. Todos, independentemente da cor da pele, devem observar manchas novas ou que mudam de aparência e usar proteção solar diariamente”, adverte a dermatologista.
Estadiamento e tratamento: individualização é a chave
Após o diagnóstico, o melanoma é classificado em estágios que variam de I a IV, de acordo com a profundidade do tumor e o comprometimento de linfonodos ou órgãos à distância. Nos estágios iniciais, o tratamento cirúrgico costuma ser suficiente. Já em casos mais avançados, a imunoterapia e as terapias-alvo têm revolucionado as possibilidades terapêuticas.
“Hoje, contamos com medicamentos capazes de estimular o próprio sistema imunológico a combater o tumor ou agir diretamente em mutações específicas do câncer. O importante é que o tratamento seja individualizado e conduzido por uma equipe experiente, considerando o perfil do tumor e do paciente”, finaliza Sabrina Steffani.
Sobre a Oncoclínicas&Co
Oncoclínicas&Co é o maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina, com um modelo hiperespecializado e inovador voltado para a jornada oncológica. Com um corpo clínico formado por mais de 2.900 médicos especialistas em oncologia, a companhia está presente em 40 cidades brasileiras, somando mais de 140 unidades. Com foco em pesquisa, tecnologia e inovação, o grupo realizou nos últimos 12 meses cerca de 682 mil tratamentos. A Oncoclínicas segue padrões internacionais de excelência, integrando clínicas ambulatoriais a cancer centers de alta complexidade, potencializando o tratamento com medicina de precisão e genômica. Parceira exclusiva no Brasil do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Harvard Medical School, adquiriu a Boston Lighthouse Innovation (EUA) e possui participação na MedSir (Espanha). Integra ainda o índice IDIVERSA da B3, reforçando seu compromisso com a diversidade. Com o objetivo de ampliar sua missão global de vencer o câncer, a Oncoclínicas chegou à Arábia Saudita por meio de uma joint venture com o Grupo Al Faisaliah, levando sua expertise oncológica para um novo continente. Saiba mais em: www.oncoclinicas.com.