No Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, relembre os casais das novelas formados por duas mulheres

Data comemorada hoje celebra a representatividade da mulher homossexual para a sociedade e a cultura

Nesta sexta-feira (29) é celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, data em que joga luz na representatividade da mulher homossexual para a sociedade e a cultura. E nos folhetins não é diferente. Em “Vale tudo“, Laís (Lorena Lima) e Cecília (Maeve Jinkings) se apresentam como um casal bem resolvido e seguem na criação da filha delas, Sarita (Luara Telles).

Apesar da relação sólida e bem aceita pelo público, nem sempre casais de mulheres homossexuais tiveram a mesma abordagem nas novelas.

Ao longo da história, personagens lésbicas foram inseridas nas tramas de forma pontual, enquanto outras até tiveram rejeição do público. Mas muitos passos foram dados, como o primeiro beijo LGBT em uma novela e identificação de muitas pessoas com algumas personagens.

Confira abaixo os casais lésbicos das novelas da TV aberta:

Laís e Cecília, em ‘Vale tudo’ (1988)

Na versão original, elas eram donas de uma pousada em Búzios. A relação era tratada de forma bem discreta, quase sem demonstrações explícitas de afeto. Ainda assim, foi uma representação considerada ousada para a época, quando romances homoafetivos eram praticamente inexistentes nas novelas.

O relacionamento das duas, no entanto, foi interrompido com a morte de Cecília num acidente no capítulo 75. A tragédia serviu como ponto de partida para levantar, ainda que de forma tímida, o debate sobre os direitos de casais homoafetivos, especialmente em questões de herança. Marco Aurélio (Reginaldo Faria), irmão de Cecília, tentou impedir que Laís tivesse acesso aos bens que as duas construíram juntas.

Leila (Silvia Pfifer) e Rafaela (Christiane Torloni), em ‘Torre de babel’ (1988)

Na época, o público não aceitou bem o romance e, para não perder a audiência, o autor Silvio de Abreu matou o casal durante a explosão do shopping, principal cenário da trama. Atualmente com 67 anos, Silvia esteve no ar na novela “Dona de mim”.

Já Christiane, de 68 anos, teve seu último papel fixo na TV na novela “O tempo não para”, de 2018.

Clara (Alinne Moraes) e Rafaela (Paula Picarelli), em ‘Mulheres apaixonadas’ (2003)

A história vivida pelas personagens gerou muita polêmica, principalmente se tratando de um relacionamento entre duas adolescentes que se conheceram na escola. Mesmo com toda repercussão que o assunto teve, as atrizes que interpretaram as personagens dizem só ter recebido demonstrações carinhosas e de apoio nas ruas.

“As pessoas sempre foram muito calorosas comigo e com a Alinne. Isso tudo se deve a forma que o enredo foi conduzido por Manoel Carlos, sempre de forma muito delicada. Não tinha nada de agressivo no roteiro”, disse Paula.

Leonora (Mylla Christie) e Jeniffer (Bárbara Borges), em ‘Senhora do destino’ (2004)

As duas personagens se encantaram uma pela outra e a relação foi construída de forma devagar, já que o público, naquela época, não estava acostumado a ver duas mulheres em momentos íntimos na televisão.

Após alguns capítulos, elas já apareciam trocando carícias e em momentos de carinho na cama. Só não rolou um beijo entre elas.

Marina (Giselle Tigre) e Marcela (Luciana Vendramini), em ‘Amor e revolução’ (2011)

O primeiro beijo entre mulheres das novelas brasileiras foi dado em “Amor e revolução”, do SBT, de 2011.

A trama ambientada no período da ditadura brasileira narrou o amor da advogada homossexual assumida Marcela (Luciana Vendramini) e Marina (Giselle Tigre), dona do jornal “O Brasileiro”, que na época do beijo sofria pela rejeição de um homem.

Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Muller), em ‘Em família’ (2014)

Elas despertaram a admiração de parcela do público — caso das “Clarinas”, grupo que se mobilizou na internet em apoio ao romance gay —, mas também enfrentaram a rejeição ao relacionamento. Nada, porém, foi capaz de impedir que o amor das duas fosse selado.

O ápice dessa entrega não podia ser diferente. Um tão esperado beijo coroou o sentimento que uniu as personagens, e ainda lavou a alma daqueles que torciam pelo casal.

Teresa (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathalia Timberg), em ‘Babilônia’ (2015)

A novela quis retratar um amor maduro e colocou logo no primeiro capítulo um beijo entre Teresa e Estela, vividas por Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg, respectivamente.

As personagens já eram casadas há muito tempo e a cena foi retratada com naturalidade, depois que elas demonstraram preocupação com Beatriz (Gloria Pires), que se mostraria a grande vilã da trama. O público torceu o nariz para o casal.

Camila (Anajú Dorigon) e Valéria (Bia Arantes), em ‘Órfãos da terra’ (2019)

Quando casou com Norberto (Guilherme Fontes) em “Órfãos da terra”, Valéria só pensava mesmo em uma coisa: botar a mão na grana do empresário. Assim que finalmente conseguiu, fugiu para a Europa para curtir a bonança. Para lhe fazer companhia, a vilã convidou Camila.

As jovens, que sempre quiseram um marido rico, ficaram confusas com o que sentem uma pela outra. Antes de viajar, Camila confessou essa mistura de impressões para si mesma. Já na Europa, juntas, Valéria se abriu para a amiga ao dizer que se sentia muito bem ao lado dela.

Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Sztejnman), em ‘Vai na fé’ (2023)

No X, antigo Twitter, os inúmeros fã-clubes torceram pelo amor das duas personagens. Os internautas se organizaram de tal forma que chegaram fazer a hashtag #Clarena (junção de Clara e Helena) ficar entre os assuntos mais comentados do país no horário em que a trama entrava no ar.

Foi na rede social, inclusive, que rolou uma mobilização quando uma cena de beijo prevista para acontecer entre elas acabou não indo ao ar. Depois de alguns capítulos, a sequência tão aguardada foi exibida levando as redes sociais à loucura.

*Com informações de Extra