O Desafio do Plástico: Liderança ESG e o caminho para um futuro mais sustentável
Por Mariana Borges
O plástico tornou-se um companheiro quase invisível em nosso dia a dia. Ele está nas embalagens de alimentos, nos produtos de limpeza, nos brinquedos, nas ferramentas e em quase tudo que tocamos. É inegável que sua facilidade, versatilidade, durabilidade e baixo custo o tornaram um material onipresente, trazendo conveniência para o nosso cotidiano e revolucionando muitas indústrias.
Essa conveniência, no entanto, vem acompanhada de um desafio ambiental monumental, que exige uma postura de liderança de todos nós, em todas as áreas, e se encaixa perfeitamente nos pilares de ESG (Ambiental, Social e Governança).
A pressão de ambientalistas e da sociedade por uma gestão mais responsável do plástico é cada vez maior – e com razão. Pense na quantidade de plástico que usamos e descartamos diariamente. Agora, imagine que 32% de todo o plástico produzido no mundo acaba no meio ambiente, poluindo principalmente nossos preciosos oceanos. Mais do que isso, estudos recentes mostram que microplásticos, fragmentos minúsculos resultantes da quebra do plástico maior, já estão presentes em nossa alimentação, na água que bebemos e até mesmo na nossa corrente sanguínea. O problema está, literalmente, dentro de nós.
Um dos grandes vilões nessa história são os plásticos de uso único – aqueles copinhos de café, canudos, talheres descartáveis e embalagens de alimentos para consumo imediato. Eles podem parecer pequenos, mas representam uma fatia gigante do problema: 70% de todo o plástico produzido globalmente! São itens que usamos por poucos minutos e que podem levar centenas de anos para se decompor.
Onde a liderança começa? Em nossas escolhas diárias
A boa notícia é que o caminho para a mudança começa com a conscientização e a educação. Como líderes em nossas vidas e em nossas profissões, temos o poder de influenciar e inspirar. E, a propósito, o dia 17 de maio foi o Dia Mundial da Reciclagem, um lembrete anual da importância de dar uma nova vida aos materiais que descartamos.
- Repense o consumo: A primeira e mais eficaz medida é reduzir o consumo de plástico. Será que precisamos daquele copinho descartável, ou podemos levar nossa própria caneca/copo? Será que podemos optar por produtos com menos embalagem ou com embalagens reutilizáveis? Cada pequena decisão de reduzir o plástico de uso único em casa e no escritório tem um impacto significativo.
- Descarte correto – mesmo sem coleta seletiva: A separação e o descarte correto do plástico são essenciais. Muitos se justificam, “não tenho coleta seletiva na minha rua”. E realmente, essa é uma barreira em diversas cidades. Mas isso não nos isenta da responsabilidade! Existem ecopontos, cooperativas de catadores e iniciativas locais que recebem materiais recicláveis. Uma rápida pesquisa pode revelar opções perto de você. O importante é não deixar de separar e destinar corretamente!
Liderança no setor empresarial e o papel do governo
A responsabilidade não recai apenas sobre o consumidor. A indústria e o governo têm um papel muito importante na transição para um futuro mais sustentável do plástico.
Atualmente, a taxa de reciclagem do plástico é alarmantemente baixa: apenas 9% do plástico produzido globalmente é reciclado. No Brasil, essa porcentagem é ainda mais tímida, chegando a míseros 1,3%. Esses números mostram o tamanho do desafio e a urgência por soluções inovadoras.
É fundamental que as empresas invistam em:
- Materiais alternativos: A pesquisa e o desenvolvimento de plásticos de base vegetal (os “bioplásticos”), materiais biodegradáveis e compostáveis são o futuro. Essas alternativas podem oferecer a conveniência do plástico, mas com um impacto ambiental muito menor.
- Economia circular: Aumentar o percentual de reciclagem é uma prioridade. Isso envolve não apenas a criação de produtos mais facilmente recicláveis, mas também o investimento em infraestrutura de coleta e processamento.
Além da demanda do consumidor, o governo tem um papel fundamental. Políticas públicas que incentivam o uso de plástico reciclado na fabricação de novos produtos, por exemplo, criam um mercado robusto para o material pós-consumo, fechando o ciclo da economia circular.
Valorizando o elo essencial: Os catadores de materiais recicláveis
Aqui entra um elo vital e, muitas vezes, invisível dessa cadeia: os catadores de materiais recicláveis. No Brasil, cerca de 1 milhão de pessoas vivem dessa atividade, sendo responsáveis por impressionantes 80% do material que chega às indústrias de reciclagem. No entanto, a remuneração desses profissionais é extremamente baixa, muitas vezes não passando de um salário mínimo.
O quilo do plástico, por exemplo, rende cerca de R$1,00, enquanto o alumínio pode valer cinco vezes mais (R$5,00). Essa disparidade faz com que o plástico seja menos atrativo para a coleta e o envio para reciclagem. Para que a reciclagem de plástico decole de verdade, precisamos de demanda! É a demanda que vai elevar o preço do material reciclado e, consequentemente, garantir uma remuneração justa para quem faz esse trabalho essencial.
Olhando para o futuro: Gestão responsável, não eliminação
É importante frisar: o plástico não vai desaparecer. Ele representa cerca de 95% da matriz industrial global e seu consumo tende a aumentar. O desafio, portanto, não é eliminá-lo, mas sim gerir seu ciclo de vida de forma inteligente e responsável, minimizando seu impacto ambiental.
O desafio do plástico é complexo, mas não é insuperável. Ele exige uma abordagem multifacetada, onde a liderança ESG é a bússola. Seja através das nossas escolhas pessoais diárias, da educação e conscientização, das inovações e investimentos no setor industrial, ou da valorização dos profissionais que fazem a reciclagem acontecer, cada um de nós tem um papel a desempenhar.
Adotar práticas mais sustentáveis em relação ao plástico não é apenas uma tendência, é uma necessidade. É um compromisso com o futuro do nosso planeta e com a qualidade de vida das próximas gerações. Vamos juntos liderar essa transformação, transformando o “lixo” de hoje no legado de um futuro mais limpo e próspero.

Artigo escrito por Mariana Borges, sócia da Move’n Up Inteligência em Gestão Sustentável
Serviço
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