Onde está o dinheiro para o ESG?

Por Mariana Borges

Nesta semana, dedico o tema deste artigo a um tema super importante: o financiamento para projetos sustentáveis, e quero compartilhar as principais descobertas com vocês. Para me aprofundar nas Leis de Incentivo Fiscais no Brasil, contei com insights de Flávia Paschoalin, sócia-diretora da 3 Apitos, uma especialista com mais de uma década dedicada ao Investimento Social Privado.

Leis de Incentivo: Transformando obrigação fiscal em impacto real

Segundo Flávia, as Leis de Incentivo Fiscais são uma ferramenta poderosa, mas ainda subutilizada no Brasil. Ela destaca que, “são uma oportunidade estratégica para empresas e pessoas físicas direcionarem parte do seu imposto já devido para projetos que geram real impacto social e ambiental”.

É interessante como essas leis permitem que o imposto que você ou sua empresa já pagaria ao governo possa ser investido diretamente em iniciativas que fazem a diferença. Falamos de leis como a Lei Rouanet, a Lei do Esporte, os Fundos da Criança e do Idoso, e outras que fomentam ações em áreas como a reciclagem, por exemplo.

Quem pode se beneficiar? Principalmente empresas que operam no regime de Lucro Real (no caso das leis federais) e, em alguns casos, pessoas físicas.

Os ganhos de usar essas leis vão muito além do financeiro: estamos falando de reputação, engajamento dos colaboradores, relacionamento com comunidades, inovação e um compliance mais robusto. Flávia ressalta que “é uma forma inteligente de alinhar sua estratégia ESG com sua responsabilidade fiscal, gerando valor para todos os stakeholders”.

Com a expertise da 3 Apitos, fica claro que entender e saber usar as leis de incentivo é um excelente primeiro passo para financiar estratégias ESG!

Além das Leis de Incentivo

As leis de incentivo são, sem dúvida, uma porta de entrada fantástica para o mundo do financiamento de impacto. Mas o cenário do Financiamento Sustentável é muito mais vasto e dinâmico. Pense comigo: estamos falando de um mercado em plena expansão, onde os investimentos com foco ESG devem chegar a US$ 53 trilhões (cerca de R$ 273 trilhões) até 2025, segundo a Bloomberg Intelligence. E a maior parte desse dinheiro vem de fontes externas!

Isso significa que o dinheiro para o ESG não só existe, como está super disponível para quem souber como e onde acessá-lo. Além das leis de incentivo, anote aí outras fontes e mecanismos super relevantes:

Créditos de carbono: Empresas podem gerar créditos ao reduzir suas emissões, que são então comprados por outras para compensar a poluição. É um mercado em alta!
Green Bonds e Social Bonds: São títulos de dívida emitidos por empresas ou governos para financiar projetos que têm um impacto ambiental ou social positivo.
Linhas de financiamento específicas de bancos: Grandes bancos estão oferecendo condições diferenciadas (taxas reduzidas, prazos maiores) para projetos que comprovadamente contribuem para metas ESG.
Fundos de Investimento ESG: Há uma quantidade crescente de fundos que só investem em empresas com forte performance ESG. Isso não só atrai capital, como funciona como um selo de confiança para o mercado.
Investimento de impacto: Um capital que busca não apenas retorno financeiro, mas também um impacto social ou ambiental mensurável. É o dinheiro investido com um propósito claro.

A chave aqui é entender que a agenda ESG, quando bem estruturada e comunicada, deixa de ser um centro de custo e se torna um centro de investimento que atrai capital.

Exemplos Práticos no Mercado

Para provar que isso não é teoria, olha só alguns exemplos que vimos recentemente no mercado brasileiro:

Bancos grandes e Cooperativas: Bancos como Bradesco, Santander, Sicredi, Sicoob e Cresol já têm linhas de crédito sustentáveis com taxas reduzidas para financiar projetos de energia renovável, em especial a solar. O Sicoob, por exemplo, também tem linhas para agricultura sustentável, enquanto o Sicredi apoia o empreendedorismo feminino e a inclusão financeira, mostrando o poder das cooperativas em práticas sustentáveis.

Gigantes do Setor Público:
O Banco do Brasil lançou novas linhas de crédito focadas na descarbonização e na economia verde, abrangendo desde agricultura de baixo carbono e energias renováveis até transporte sustentável e inovação ambiental. O objetivo é incentivar práticas sustentáveis em larga escala.

A Caixa Econômica Federal, através do seu Fundo Socioambiental (FSA Caixa), faz chamadas públicas para projetos de economia circular e impacto social (recentemente, uma para resíduos). A Caixa também tem uma linha de crédito para empresas que querem investir em máquinas e equipamentos que promovem a sustentabilidade – desde painéis solares a sistemas de tratamento de resíduos, com taxas reduzidas e prazos longos.

E para Negócios de Impacto e Pequenas Empresas?

Se você está pensando que esses recursos são só para as grandes empresas, está enganado(a)! O dinheiro também existe e está disponível para negócios de impacto (aqueles que buscam lucro e impacto positivo no seu modelo) e para micro e pequenas empresas:

Yunus Negócios Sociais: Lança chamadas de financiamento para negócios da Economia Verde e Circular, oferecendo apoio financeiro (empréstimos) e também mentorias e conexões valiosas.
BR Angels: Um grupo de investimento-anjo que direciona recursos para startups com impacto socioambiental.
SEBRAE: Em parceria com outras instituições, o SEBRAE tem programas de incubação e aceleração de impacto, além de consultorias para MPEs que querem incorporar práticas ESG.

O dinheiro para a agenda ESG não é um mistério. Ele está disponível para quem tiver a estratégia, o conhecimento e as conexões certas para acessá-lo.

Artigo escrito por Mariana Borges, sócia da Move’n Up Inteligência em Gestão Sustentável

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