Os dois verdadeiros motivos que fizeram Príncipe Harry e Meghan Markle abandonarem a realeza britânica, segundo biógrafo

Decisão anunciada em 2020 foi um divisor de águas na história da monarquia inglesa

Em janeiro de 2020, o príncipe Harry e sua esposa, Meghan Markle, fizeram um anúncio que chocou o mundo, principalmente o Reino Unido: eles renunciaram às funções na realeza britânica — uma decisão até então inédita na era moderna da monarquia.

A partir daí, o filho caçula do rei Charles III com a princesa Diana (1961-1997) foi assunto frequente nos jornais ingleses — situação que só piorou depois que ele e Meghan se mudaram para os Estados Unidos. O casal deu entrevistas, lançou série documental e até biografia para expor os conflitos que cercaram a decisão polêmica deles. Publicado em 2023, o livro de memórias de Harry, ‘O Que Sobra’, foi o estopim desse rompimento que perdura até os dias de hoje, com Charles e William, filho mais velho do rei, esnobando e ignorando o duque de Sussex.

De acordo com o biógrafo Valentine Low, especialista na realeza britânica, Harry e Meghan tiveram dois principais motivos para pular fora da monarquia: ganhar dinheiro e se envolver na política norte-americana.

Em ‘Courtiers’, um dos livros de Low, ele afirma que o desejo de Meghan de “ganhar dinheiro para si mesma” levou o casal a abandonar completamente seus deveres reais. Antes disso, no entanto, houve várias conversas sobre como as partes poderiam chegar em um meio termo que evitasse esse rompimento brusco.

As propostas variavam desde Harry e Meghan podendo ter “um mês por ano para fazer suas próprias coisas”, até algo ainda mais independente, como a alternativa de eles passarem “a maior parte do tempo cuidando da vida privada, mas fazendo um número menor de atividades da realeza”.

Em certo momento das negociações, houve otimismo de que o casal toparia continuar na monarquia em meio a tantas flexibilidades oferecidas. A única ressalva era de que eles deveriam seguir as “regras normais sobre comportamento real”.

Resumidamente, isso significaria que Harry e Meghan não poderiam “agir ou tomar decisões para obter ganhos financeiros por conta própria”, algo que eles desejavam. “Alguns suspeitavam que, no fim das contas, Meghan queria ganhar dinheiro. E a única maneira de conseguir isso era deixando a vida real para trás e voltando para a América”, disse Low.

Além disso, o casal queria “liberdade para se envolver na política norte-americana”, o que representaria uma grande violação do protocolo real. “Não havia como os dois lados chegarem a um acordo sobre esse ponto”, explicou o autor na ocasião. ‘Fundamentalmente, foi a Rainha [Elizabeth] que decidiu que, a menos que estivessem preparados para obedecer às restrições aplicadas aos membros trabalhadores da Família Real, eles não poderiam ser autorizados a desempenhar funções oficiais”.

Desde então, Harry e Meghan moram em uma mansão em Montecito, na Califórnia, e praticamente não têm mais contato com a família do príncipe.

Na época em que tomaram a decisão de abandonar a realeza, o casal explicou em comunicado: “Pretendemos dar um passo atrás como membros ‘sêniores’ da família real e trabalhar para nos tornar financeiramente independentes, continuando a apoiar totalmente Sua Majestade a Rainha”, declararam Harry e Meghan em texto divulgado pelo Palácio de Buckingham. “Após muitos meses de reflexão e discussões internas, optamos por fazer uma transição este ano, começando a desempenhar um novo papel progressivo”, acrescentaram. “Agora, planejamos equilibrar nosso tempo entre o Reino Unido e a América do Norte”.

*Com informações de Revista Monet