Sai ‘Conclave’ entra ‘Habemus Papam’: o filme que trata de crise existencial e ataque de pânico do escolhido para comandar Vaticano

Diferente do longa que concorreu ao Oscar este ano, a produção lançada em 2011 não foca no processo de escolha do novo pontífice, mas sim nas consequências

Habemus Papam! A tradicional expressão em latim, proferida nesta quinta-feira (8) após a escolha de Robert Francis Prevost como o novo líder católico no Vaticano, também serve de título para um filme que trata justamente sobre as tensões que podem acometer um papa recém-eleito.

Nas últimas semanas, o longa da vez foi ‘Conclave’ (2024). Elogiada por sua fidelidade aos ritos da Igreja Católica, a produção dirigida por Eward Berger e protagonizada por Ralph Fiennes foi um dos destaques da temporada de premiações deste ano, recebendo indicações em oito categorias do Oscar.

Ralph Fiennes em cena de 'Conclave' — Foto: Divulgação
Ralph Fiennes em cena de ‘Conclave’ — Foto: Divulgação

Sob a perspectiva do cardeal fictício Thomas Lawrence (Fiennes), responsável por reunir os sacerdotes depois da morte do antigo líder, o enredo acompanha todos os estágios de um conclave — é claro, com uma boa dose de dramatização.

Agora, com o fim oficial da reunião dos cardeais após menos de dois dias, vale a pena conhecer a história de ‘Habemus Papam’ (2011). Situado na mesma etapa em que a Igreja Católica se encontra neste momento, o filme comandado pelo cineasta italiano Nanni Moretti é uma combinação entre sátira e drama focada nas consequências da escolha de Melville (Michel Piccoli, 1925 – 2020) como o novo papa.

Nanni Moretti e Michel Piccoli em cena de 'Habemus Papam' (2011) — Foto: Divulgação
Nanni Moretti e Michel Piccoli em cena de ‘Habemus Papam’ (2011) — Foto: Divulgação

Em meio a um conclave cheio de divergências, os cardeais demonstram dificuldade de encontrar um nome que convença a maioria. Melville, então, que nunca havia sido apontado como um dos favoritos, surge como a opção mais sensata. Só há um problema: ele não quer ocupar o posto.

Momentos antes de aparecer na varanda da Basílica de São Pedro e ser anunciado formalmente, o pontífice tem um ataque de pânico e se mostra relutante em assumir a responsabilidade. A oficialização do novo papa é postergada, mas Melville segue sem condições de se colocar diante da multidão que aguarda por ele do lado de fora.

Cena de 'Habemus Papam' (2011) — Foto: Divulgação
Cena de ‘Habemus Papam’ (2011) — Foto: Divulgação

A solução encontrada é chamar um psicanalista. Brezzi (interpretado pelo próprio diretor do longa, Moretti) é visto com desconfiança pelos cardeais e pouco pôde ajudar ao realizar uma sessão de terapia com diversos espectadores além de seu paciente. Ele aconselha, então, que Melville se encontre com sua ex-esposa, também psicanalista. É nessa que o papa escapa e passa a vagar pelas ruas de Roma enquanto atravessa sua crise existencial.

Assim como em ‘Dois Papas’ (2019), há reflexões sobre a vocação para o sacerdócio e a Igreja Católica. A diferença, porém, é que não há personagens inspirados em figuras reais — e a comédia está mais presente no filme de Moretti.

Anthony Hopkins e Jonathan Pryce como Papa Bento 16 e Papa Francisco em 'Dois Papas' — Foto: Reprodução/IMDb
Anthony Hopkins e Jonathan Pryce como Papa Bento 16 e Papa Francisco em ‘Dois Papas’ — Foto: Reprodução/IMDb

Confira abaixo os trailers de ‘Habemus Papam’, que fez parte da seleção oficial do Festival de Cannes em 2011, e ‘Conclave’, vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado.

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