Desafios e Avanços das Práticas ESG no Brasil

*Por Mariana Borges

A adoção de práticas ESG (Ambiental, Social e Governança) tem ganhado crescente importância no Brasil, refletindo uma tendência global de empresas que buscam alinhar suas operações aos princípios de sustentabilidade e responsabilidade corporativa. A estruturação em três eixos—Ambiental, Social e Governança—proporciona uma estrutura útil para organizar e abordar os diferentes aspectos do ESG, facilitando a análise, implementação e monitoramento dessas práticas.

Estruturação e Critérios ESG
A prática recomendada PR 2030 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ilustra, através de uma mandala, essa estrutura que permite que os 14 temas ESG sejam divididos em 42 critérios específicos. Isso facilita a análise, implementação e monitoramento das práticas relacionadas, permitindo que as organizações tenham um ponto de partida consistente ao considerar os critérios mais relevantes para determinar seus temas materiais.

Prioridades e Práticas no Brasil
De acordo com uma pesquisa realizada pela Amcham e a Humanizadas “Panorama ESG no Brasil 2024” o pilar social é a prioridade para 72% dos respondentes, seguido de governança (68%) e ambiental (66%). Mais da metade das organizações estão focadas em capacitar seus colaboradores, desenvolver uma cultura diversa e inclusiva, além de gerar empregos e renda na economia local.

Práticas de Governança
As práticas de governança implementadas pelas empresas brasileiras incluem códigos e políticas de ética, transparência e a criação de comitês ou equipes focadas em ESG. Estas ações são fundamentais para assegurar que as práticas de sustentabilidade estejam integradas ao núcleo da governança corporativa.

Entre 2023 e 2024, as práticas mais desenvolvidas foram a escuta dos stakeholders e a construção de comitês de sustentabilidade. Essa abordagem permite que as empresas estejam mais alinhadas às expectativas e necessidades de suas partes interessadas, fortalecendo a confiança e a transparência em suas operações.

Redução de Emissões e Impacto Ambiental
Houve um aumento de 22 pontos percentuais nas organizações que iniciaram o processo de redução das emissões de gases de efeito estufa, destacando um compromisso crescente com a sustentabilidade ambiental. A indústria é o setor que mais implementou práticas para endereçar o impacto ambiental, refletindo a pressão e a necessidade de adaptação às exigências regulatórias e de mercado.

Adequação e Implementação
É importante lembrar que a adequação específica dos temas e critérios ESG à sua organização dependerá do seu estágio de maturidade ESG, segmento de atuação, porte, valores organizacionais, localização e do mercado onde atua. A abordagem da PR 2030, que identifica os temas ESG mais relevantes para as organizações, teve como base consultas às normas e boas práticas internacionais, proporcionando um ponto de partida robusto para as empresas brasileiras.

A crescente adoção de práticas ESG no Brasil reflete uma transformação positiva no ambiente empresarial, onde as organizações buscam alinhar suas operações aos princípios de sustentabilidade. Observamos um notável crescimento da agenda ESG no país, indicando uma maior conscientização e comprometimento das empresas com questões ambientais, sociais e de governança. A estruturação em três eixos (Ambiental, Social e Governança), bem como a adoção de critérios específicos, facilita a implementação e monitoramento dessas práticas, proporcionando um caminho claro para as empresas que desejam contribuir de forma significativa para a sustentabilidade global.

*Artigo escrito por Mariana Borges, Designer de Negócios Sustentáveis e Conselheira Nacional do Movimento Nacional ODS (MNODS).

Serviço:
Mariana Borges apoia profissionais e empresas na criação e adoção de estratégias sustentáveis, que gerem melhores resultados nas organizações, equipes mais engajadas e impacto positivo na sociedade.

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